INTERNATIONAL ALLIANCE OF WASTE PICKERS

The International Alliance of Waste Pickers is a union of waste picker organizations representing more than 460,000 workers across 34 countries
Supported by Logo WIEGO

by

February 17, 2012


Check translation:

Cerca de 300 catadores ainda estão sem moradia

Para assistir o vídeo, clique aqui

Catadores de materiais recicláveis estão entre os desalojados da comunidade Pinheirinho em São José dos Campos (SP). Cerca de 12 cooperados da Cooperativa Futura, que é base orgânica do MNCR, moravam no terreno que no dia 21 de Janeiro foi violentamente invadido por policiais militares e guardas municipais da cidade. Outros 300 catadores que moravam e mantinham uma associação na comunidade tiveram seu trabalho interrompido e estão hoje nas ruas ou em abrigos.

A ação violenta desalojou cerca de 3 mil famílias que moravam já a 8 anos na área. A Polícia Militar de São Paulo alega que cumpria uma medida judicial data de 2005. A ação na justiça é controversa e durante os últimos dois meses sofreu diversas decisões liminares suspendendo o desalojamento.

Há relatos de claro desrespeito aos direitos humanos da Polícia militar e funcionários municipais contra os moradores da comunidade de Pinheirinho. Excesso de violência, pressão psicologia, não atendimento e risco à crianças e idosos, além de furto de bens pessoais e destruição de moveis. Grande parte dos moradores relata que não puderam retirar seus moveis, muitos perderam tudo, até os documentos. Há pessoas hospitalizadas, bem como desaparecidos.

Alguns dos cooperados da Futura não conseguiram retornar ao trabalho. Desistiram por conta da instabilidade vivida. Os que ainda permanecem na cooperativa estão vivendo em casas de parentes e, mesmo recebendo o auxilio aluguel no valor de 500 reias, não conseguem alugar casas na cidade por falta de imóveis, valor dos aluguéis superior aos 500 reais e preconceito dos proprietários em relação às famílias despejadas.

Os catadores se queixam de falta de transporte para que as crianças despejadas cheguem na escola e más condições dos abrigos fornecidos pela Prefeitura.

O MNCR lamenta profundamente o ocorrido e exige que as famílias desalojadas sejam atendidas com moradias adequadas e que suas perdas materiais sejam ressarcidas. Encaminhará as denúncias de violação de direitos aos órgãos competentes e entidades internacional.