ALIANÇA INTERNACIONAL DE CATADORES

A Aliança Internacional de Catadores é um sindicato de organizações de catadores que representa mais de 460.000 trabalhadores em 34 países
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painel sobre higienização

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At a panel organized by the National Movement of Waste Pickers in Brazil, several speakers from different social movements and organizations spoke about the removal of street vendors, homeless populations, and waste pickers that has been happening with increasing frequency as Brazil develops and takes on mega-events such as the World Cup and the Olympics. The panel was called, “Resisting the Hygienization of Urban Centers.”

Maíra Vannuchi, with StreetNet, talked about a mapping project that the organization conducted to find out how many street vendors there were in the city. She made the connection between street vendors and waste pickers. “For the StreetNet movement, the Brazilian movement is a great inspiration. Every time I talk to street vendors, I talk about you waste pickers.” Street vendors are increasingly facing expulsion from urban centers. Waste pickers face similar issues.

painel sobre higienizacao de centros urbanos

Num painel organizado pelo Movimento Nacional dos Catadores (MNCR), pessoas de vários movimentos sociais e organizações discutiram as remoções de comunides, camelôs, populações de rua, e catadores que tem acontecido com mais frequência com a acelerada do desenvolvimento e a vinda dos mega-eventos. O painel era chamado “Resistência à Higienização de Centros Urbanos.”

Maíra Vannuchi, representante de StreetNet, falou sobre um projeto de mapeamento de camelôs. Ela fez a conexão entre os camelôs e os catadores. “Para StreetNet, o movimento nacional dos catadores é uma grande inspiração. Cada vez que eu converso com os camelôs, eu falo sobre os catadores.” Camelôs e catadores enfrentam a ameaçã da higienização.

Tank Menezes, do Movimento Nacional dos Catadores, deu um exemplo da sua cidade. Em Porto Alegre, 800 familias moravam no centro e trabalhavam na catação. Eram quase 2.000 pessoas em total. “Falam de como as casas são bonitas, mas agora não tem trabalho,” ele disse. “A casa não trouxe dignidade nenhuma porque tiraram eles do trabalho deles.”

Maira Vannuchi de StreetNet continuou o análise. “É uma repressão violentissima e sem negociação. Não sentam com os movimentos. Pra fazer a Copa, tem que passar em cima de favela. Estamos aqui com o pessoal do movimento de rua. Igual em  São Paulo, na Cracolândia, tiraram as pessoas. É o mesmo problema que os camelôs tem encontrado. Nesse processo de limpeza urbana, todo mundo é prejudicado imensamente. Se aqui tem uma favela, eles não pensam em um outro lugar pra construir a rua. Eles tem que construir exatamente onde fica a favela, para excluir, remover.” A mesma coisa aconteceu na África do Sul e na Índia, durante os Commonwealth Games, ela continou.

“Essa perspectiva global é importante de saber. Pode trazer alternativas e força para lutar,” disse Seu Carlos. “Hoje muitos se debatem a necessidade de reforma urbana. Nao basta so falar do tema que nos nao participarmos do processo de encontrar uma solução.”

“A gente está sendo tratado como se fosse lixo,” disse Maria do Carmo Santos, do Movimento Unido dos Camelôs (MUCA). “A gente não tem saúde, não tem educação, camelô sofre na rua com choque de ordem.”

Ela continuou, “A gente só pode vir para a cidade para lavar calcinha de madame. A gente não tem lugar na cidade!”

“Uma das maneiras de crescer a cidade é requalificar. E requalificar é tirar os companheiros. As leis são usadas por ocasião,” um advogado que estava participando do event, disse. “É triste. A higienização human vai contra a humanidade.”