ALIANÇA INTERNACIONAL DE CATADORES

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Escrito por Recicladores del Eco-parque Rafey

julho 18, 2017

Traduzido por Tatianna Silva


07/06/2017

Comunicado de imprensa da Associação dos Recicladores de Rafey Eco-park na República Dominicana

Recicladores de Rafey Eco-park reivindicam liberação imediata de detidos e abertura de diálogo com a Prefeitura de Santiago

Santiago, República Dominicana. A Associação dos Recicladores de Rafey Eco-park denunciou a prisão injustificada de Juan Rosario, Presidente da organização, e acusou o Prefeito Abel Martínez e oficiais da empresa Cilpen Global Company que iniciaram operações no aterro.

No início da manhã de quarta-feira, policiais acompanhados de um representante do Ministério Público local se deslocaram até as casas de Juan Rosario e do Sr. Pedro María Torres, comerciante na região de Santa Lucía, sob a dupla acusação de serem os responsáveis pelo incêndio no aterro e portarem armas ilegalmente.

“Está claro para nós que este foi um plano arquitetado para manchar a imagem da associação de catadores perante a opinião pública, desta forma facilitando a remoção de 426 catadores do aterro com a anulação de seus direitos”, declararam representantes da Associação dos Recicladores de Rafey Eco-park.

O prefeito de Santiago, Abel Martínez Duran, cedeu as operações do aterro para a empresa Cilpen Global Company, anteriormente registrada como Lavo Investment. Esta empresa instalou máquinas automatizadas para reciclagem de materiais no aterro, o que gerou a oposição da associação de catadores operando no local, centenas de homens e mulheres que vivem da coleta e separação de recicláveis e que perderam seu ganha pão. A organização de catadores solicitou compensação além da contratação dos catadores pela empresa Cilpen Global.

Em resposta, o prefeito determinou a remoção dos catadores do aterro, militarizou a área, a fim de previnir que estes retornassem ao aterro, além de ter acusado o presidente da associação de ser o responsável pelo incêndio ocorrido no aterro no último domingo. Contudo, Juan Rosario negou que o incêndio tivesse sido causado por catadores tendo em vista que o fogo implica na perda de materiais recicláveis.

Juan ainda argumentou que a acusação é apenas um motivo inventado para expulsar os catadores do aterro. “Desde a última segunda-feira, homens e mulheres que vivem da catação no aterro estão privados de entrar na área sob o argumento de que são co-responsáveis pelo incêndio ocorrido”, disse o representante da associação.

Além de demandar a liberação imediata dos detidos, a Associação de Catadores de Rafey Eco-park solicitou uma reunião com o prefeito Abel Martínez e com Neney Crabera, representante da empresa Cilpen Global a fim de discutir as práticas da empresa e negociar uma solução para o conflito.