ALIANÇA INTERNACIONAL DE CATADORES

A Aliança Internacional de Catadores é um sindicato de organizações de catadores que representa mais de 460.000 trabalhadores em 34 países
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O Dia Mundial dos Catadores é celebrado no dia 1 de março em memória do massacre na Colômbia onde morreram brutalmente assassinados 11 catadores.

Durante os últimos 21 anos desde essa tragédia, os catadores têm continuado a luta pelo reconhecimento e a valorização de seu trabalho. Desde o ano de 2003 entendemos que não há fronteiras para os que lutam, se tornando o lema que simboliza a força  que anima os mais de 15 milhões de catadores, recicladores, pepenadores, churequeros, cartoneros, zabaleen, gancheros, buzos, barequeros, guajeros, minadores, thawis, cirujas, clasificadores, buceadores, recolectores que sobreviven da reciclagem no mundo. É esse lema e principalmente a organização dos catadores como a força motriz, que celebramos o Dia Mundial dos Catadores.

Convidamos vocês a enviarem seus relatos, suas fotos, vídeos, informações ao seguinte email:
info@globalrec.org e comunicacao@mncr.org.br, o no twitter @global_rec e facebook Globalrec, para ser publicado e divulgado

Estas serão os eixos de informações:

  • Informações e fotos de manifestações, marchas e outros eventos que estão planejando para o dia 1 de março.
  • Mensagens de solidariedade (escritos ou em vídeo se possível)
  • Fotos de suas associações e cooperativas segurando cartazes ou bandeiras em apoio ao Dia Mundial dos Catadores
  • Fotos de qualquer atividade em que as catadoras e os catadores participarem.

No ano passado, muitos grupos enviaram mensagens de solidariedade antes e durante o dia 1 de março. Publicamos essas mensagens aqui na página de GlobalRec – e traduzimos em outras línguas para que catadores do mundo pudessem ler as mensagens. Recebemos mensagens poderosas, e também fotos do Brasil, da República Dominicana, Nicaragua, Costa Rica, África do Sul, Argentina, Venezuela, do Equador, Chile, México entre outros países, mas sabíamos que haviam muito mais manifestações e eventos em outros lugares que não foram noticiados.

Esse ano, os catadores estão se mobilizando em memória desse dia e queremos fazer virar notícia, informação e principalmente um dia nosso…UM DIA DO CATADOR.

VARIAS ATIVIDADES JÁ ESTÃO PROGRAMADAS

  • Em Porto Alegre, Brasil, ASCAT vai fazer uma leitura da memória do dia 1 de março.
  • Em Bogotá, na Colômbia, os recicladores vão fazer uma oferenda floral em memória dos mortos. Estão chamando todos os catadores a trazerem e galões. Vão fazer uma maratona de recolhimento de assinaturas para mandar ao Corte Constitucional para garantir a inclusão dos catadores e a remuneração.
  • Em Honduras, os catadores do país vão se reunir pela primeira vez com a proposta de formar o movimento nacional.
  • No Paraguai, uma atividade surpresa!
  • No Chile, o Movimento Nacional está fazendo uma campanha no facebook e twitter, com fotos e palavras de memória. Eles também irão mandar comunicados de imprensa sobre o dia para alertar a mídia e a sociedade. Alguns consulados em regiões do Chile vão entregar cartas especificando o tema da incineração. Membros do movimento farão visitas à iniciativas de reciclagem.
  • Na Argentina, o Movimento dos Trabalhadores Excluidos (MTE) está organizando manifestações em várias partes da cidade para que o governo municipal cumpre o Contrato de Gestão Social para a Recuperação dos Resíduos Recicláveis.

Se não há fronteiras para os que exploram, não deverá ter para os que lutam.

Viva os catadores do mundo!!!

POR MEMÓRIA, LUTA E JUSTIÇA, 1° DE MARÇO, MAIS QUE UMA LEMBRANÇA, UMA DATA HISTÓRICA!!!

21 años após o massacre na Colômbia

Em março de 1992, na Universidad Libre Seccional de Barranquilla, na Colômbia, 11 corpos foram encontrados. As vítimas foram espancadas e baleadas. Todas eram catadores, assassinados por funcionários da universidade.

Os catadores foram enganados pelos funcionários a entrar no prédio para pegar materiais recicláveis. Uma vez dentro, eles foram assassinados com a finalidade de vender os seus corpos para pesquisa científica e tráfico de órgãos. Um catador que fingiu estar morto conseguiu escapar e avisar a polícia o que tinha acontecido. Em memória deste massacre e em resposta às difíceis condições de trabalho que ainda lutamos para mudar, e também das hostilidades que enfrentamos em vários níveis da sociedade, é que temos declarado o dia 1 de março Dia Mundial dos Catadores.

Hoje muitos catadores e catadoras tem avançado, conquistado reconhecimento e valorização, garantindo a independência dos catadores, o protagonismo e principalmente a solidariedade, que norteiam as organizações locais, nacionais e globais. No passado, as pessoas que trabalhavam com materiais recicláveis eram conhecidas como catadores de lixo, mendigos, vagabundos. Depois de anos de organização e principalmente do sentimento de mudança – hoje são conhecidos como catadores de materiais recicláveis, sendo importantes agentes sociais, através de suas associações e cooperativas, movimentos, sindicatos, garantindo através da luta galpões e estruturas onde trabalhar, máquinas e equipamentos, tecnologias sociais, mas principalmente a seus movimentos nacionais, continentais e uma Aliança Global de Catadores. Sabemos que falta muito mais, mas com certeza da vitória, caminhamos juntos com passos firmes.

Nesse 1 de março, também lembramos que temos ameaças globais em relação à categoria, a organização e em relação ao meio ambiente. Essas ameaças incluem a Privatização dos Resíduos, o Fechamento dos Lixões sem a Inclusão dos Catadores e a Incineração. Todos os catadores devem debater, entender e lutar contra essas ameaças. Os catadores que ainda não são reconhecidos, devem fortalecer seus processos de luta e buscar as experiências e apoios dos catadores que estão mais avançados, tecendo o cordão de solidariedade que nos movimenta.

É com a força dessa luta que convocamos todos os catador@s a fazerem atos de memória ao dia 1 de março – o Dia Internacional dos Catadores!!

Em solidariedade,

Aliança Global de Catadores/Alianza Global de Recicladores
Contribuição de Alex Cardoso, catador de materiais recicláveis, MNCR-Brasil