INTERNATIONAL ALLIANCE OF WASTE PICKERS

The International Alliance of Waste Pickers is a union of waste picker organizations representing more than 460,000 workers across 34 countries
Supported by Logo WIEGO

by

January 19, 2012


Check translation:

Brasil – 19 Jan 2012

O impasse sobre a instalação de aterro sanitário no Cariri leva a proliferação de lixões a céu aberto na região Barbalha A poluição provocada pelo lixão desta cidade está sendo motivo de reclamações por parte dos moradores. Nos últimos meses, o problema da fumaça vinda da área onde são depositados os entulhos do Município tem sido prejudicial, atingindo diversos bairros. A população se manifesta e, enquanto isso, há a possibilidade de Barbalha fazer parte de um aterro sanitário consorciado, junto com dez Municípios da região.

O impasse continua para iniciar o projeto, proposto pelo Governo do Estado, com financiamento do Banco Mundial, de cerca de R$ 18 milhões. O aterro sanitário ainda não tem local definido. Será administrado pelos próprios Municípios integrantes do consórcio. A ideia é que tenha vida útil de pelo menos três décadas. A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Barbalha suspeita de incêndios criminosos e já solicitou a presença da Polícia Militar na área, para minimizar os danos. Por outro lado, o chorume pode também estar provocando as queimadas de forma involuntária.

O problema acontece principalmente à noite e um dos bairros mais prejudicados é o Santo Antônio, um dos mais populosos e também mais próximo. O bairro fica a cerca de um quilômetro da cidade. Não fosse uma barreira, daria para ver o lixão de dentro da cidade. Em 2010, o Diário do Nordeste chegou a fazer denúncias sobre o problema ocasionado pelo lixo, inclusive com a presença de material hospitalar na área e pessoas descarregando caminhões sem nenhum material de proteção, além da ausência de fiscalização na área. O único aviso repreensivo se encontrava numa placa improvisada, acima da cancela de entrada, dizendo ser proibida a entrada de pessoas sem autorização.

Prevenção

Por conta do problema das queimadas, a Secretaria de Meio Ambiente está adotando soluções preventivas, a exemplo da construção de um muro, em finalização. Será também colocado um portão com uma guarita. Um guarda municipal permanecerá no local fazendo a vigilância. O lixão está no local há cerca de dez anos.

O coordenador de Meio Ambiente da Secretaria, Helder Ribeiro, afirma que, se houver a transferência do lixão para outra localidade, será um problema maior, já que outra área estará sendo poluída. A queima de pneus no fim da tarde tem sido a causa de muita fumaça no local.

A preocupação maior é que, até 2014, segundo ele, as cidades deverão se adequar ao processo da coleta seletiva, e essa é uma realidade que passa por um trabalho de educação da sociedade, para que os lixões realmente sejam extintos. Um projeto de coleta seletiva já vem sendo desenvolvido na cidade.

Em torno de 28 catadores atuam na área, que não chega a ser muito extensa, mas, a cada dia que passa, está avançando para o riacho, que deságua no Rio Salamanca. “O chorume vai junto para o riacho, principalmente quando chove”, diz um dos catadores. E esse material tóxico é um poluente em potencial do lençol freático e das águas do rio. O próprio catador diz que, se alguém caminhar mais um pouco, chega ao riacho, após a montanha de lixo. No local, são descarregados diariamente cerca de nove caminhões e pelo menos 30 toneladas de lixo. O lixão fica em frente a uma unidade industrial e está numa estrada que leva aos principais pontos turísticos de Barbalha.  Ler o original