No dia 20 de junho, 70 catadores foram violentamente atacados pela companhia de segurança privada Red Ants, especializada na condução de despejos. O ataque ocorreu próximo ao aterro de Gênesis localizado em Joanesburgo, na África do Sul. Catadores e suas casas foram atacados. Testemunhas relataram que os pertences dos catadores (inclusive seus telefones e dinheiro) foram roubados, seus passaportes foram destruídos e balas de borracha foram atiradas pela empresa de segurança privada sul-africana. Pelo menos 15 pessoas foram hospitalizadas, 4 delas com ferimentos graves.
Vinte famílias que moram em um pequeno abrigo temporário perto do aterro e tiram dali seu sustento há 17 anos foram vítimas do ataque.
Catadores tinham autorização para trabalhar durante as horas de operação do aterro, mas tiveram sua entrada proibida desde que a multinacional Averda assumiu o controle do aterro em setembro de 2016. No início de junho deste ano, a empresa notificou os catadores para que desocupassem o aterro. Com a ajuda do Instituto de Direitos Socio-econômicos (SERI) o prazo para desocupação foi adiado por determinação judicial e uma audiência foi marcada para o dia 16 de julho. O ataque do dia 20 de junho contra os catadores e suas casas desrespeita duplamente a decisão judicial, por não observar a ordem de adiamento do despejo e por invadir terreno que não pertence a empresa Averda.
Os trabalhadores hospitalizados já foram liberados e se recuperam de seus ferimentos. Com a ajuda da WIEGO e do SERI, catadores prestaram queixa de roubo e agressão. A documentação está sendo preparada para que novas queixas sejam prestadas. O SERI vai ainda apoiar os catadores na audiência do dia 16 de julho. Enquanto isso, os catadores estão tentando negociar com a Averda a retomada do acesso ao aterro para que possam continuar a trabalhar e prover o sustento de suas famílias através da reciclagem.
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