Região África
País África do Sul
julho 23, 2018
Traduzido por Tatianna Silva
No dia 20 de junho, 70 catadores foram violentamente atacados pela companhia de segurança privada Red Ants, especializada na condução de despejos. O ataque ocorreu próximo ao aterro de Gênesis localizado em Joanesburgo, na África do Sul. Catadores e suas casas foram atacados. Testemunhas relataram que os pertences dos catadores (inclusive seus telefones e dinheiro) foram roubados, seus passaportes foram destruídos e balas de borracha foram atiradas pela empresa de segurança privada sul-africana. Pelo menos 15 pessoas foram hospitalizadas, 4 delas com ferimentos graves.
Vinte famílias que moram em um pequeno abrigo temporário perto do aterro e tiram dali seu sustento há 17 anos foram vítimas do ataque.
Catadores tinham autorização para trabalhar durante as horas de operação do aterro, mas tiveram sua entrada proibida desde que a multinacional Averda assumiu o controle do aterro em setembro de 2016. No início de junho deste ano, a empresa notificou os catadores para que desocupassem o aterro. Com a ajuda do Instituto de Direitos Socio-econômicos (SERI) o prazo para desocupação foi adiado por determinação judicial e uma audiência foi marcada para o dia 16 de julho. O ataque do dia 20 de junho contra os catadores e suas casas desrespeita duplamente a decisão judicial, por não observar a ordem de adiamento do despejo e por invadir terreno que não pertence a empresa Averda.
Os trabalhadores hospitalizados já foram liberados e se recuperam de seus ferimentos. Com a ajuda da WIEGO e do SERI, catadores prestaram queixa de roubo e agressão. A documentação está sendo preparada para que novas queixas sejam prestadas. O SERI vai ainda apoiar os catadores na audiência do dia 16 de julho. Enquanto isso, os catadores estão tentando negociar com a Averda a retomada do acesso ao aterro para que possam continuar a trabalhar e prover o sustento de suas famílias através da reciclagem.
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