ALIANÇA INTERNACIONAL DE CATADORES

A Aliança Internacional de Catadores é um sindicato de organizações de catadores que representa mais de 460.000 trabalhadores em 34 países
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Região

outubro 06, 2020

Traduzido por Abrapalabra Co-op


Participantes na primeira reunião online para o Comitê Consultivo Global

Na segunda, 15 de junho de 2020, aconteceu a primeira reunião online para a constituição do Comitê Consultivo para a Crise da COVID da Globalrec para a Aliança Global de Catadores com a participação de representantes de 13 países de 5 continentes. Reuniram-se para orientar a organização de seu movimento global.

As pessoas representantes de cada rede, país ou organização compartilharam sua situação durante a crise da pandemia da COVID-19. Também compartilharam os problemas que enfrentam outras regiões/países que não estavam representados na reunião.

Debateram sobre as oportunidades para realizar ações globais e iniciaram uma conversa e um processo para abordar problemas de representação para atingir um processo de tomada de decisões democrático adequado. O grupo propôs manter diálogos nos seus movimentos nacionais, por país, e na Rede da América Latina, que representa toda a região da América Latina e o Caribe, para continuar com o debate.

Esse é um momento de uma grande crise para as pessoas catadoras, no entanto, ao mesmo tempo, se elas estiverem unidas e organizadas, será um bom momento para que não exista nenhuma pessoa catadora no mundo inteiro vivendo sem renda!

Algumas reuniões foram marcadas no futuro para desenvolver o processo de organização deste movimento global.

Construindo um movimento global

“Não existem catadoras ou catadores de primeira ou segunda classe, mas existem pessoas catadoras que são mais vulneráveis do que outras”. Aquelas que não fazem parte de uma estrutura de organização são as mais vulneráveis. Precisamos da voz das pessoas catadoras no mundo”.
Nohra Padilla (ANR, Bogotá, Colômbia)

Os membros e aliados da Aliança Global de Recicladores (GlobalRec) são cientes da dimensão global da pandemia e da crise econômica que gera. Pela primeira vez, as pessoas catadoras e outras pessoas na cadeia de abastecimento de resíduos no mundo inteiro, da Colômbia até a Indonésia, estão lidando com os mesmos problemas e desafios. A pandemia está nos obrigando a pensar e atuar tanto globalmente quanto localmente. Nestes tempos de isolamento social, precisamos fortalecer a solidariedade social entre as fronteiras. Precisamos garantir que os movimentos globais de pessoas catadoras possam sair dessa crise fortalecidos e sólidos.

Por isso é que começamos um novo processo de organização orientada à constituição de um Comitê Consultivo Global, para poder pensar coletivamente, fazer brainstorm sobre duas questões chave:

  • A necessidade de continuar a trabalhar como catadoras e catadores, embora os governos locais tentem nos dissuadir. Existem casos nos quais os governos proíbem e reprimem o trabalho das pessoas catadoras. Nosso trabalho demostrou ser um serviço público essencial através do qual alimentamos nossas famílias, mas também graças ao nosso serviço, pagamos pela saúde pública e com nossos produtos pagamos a embalagem da cadeia de abastecimento alimentar nas comunidades em volta de nós.
  • Existe uma necessidade de acompanhar a muitas organizações de catadoras e catadores que requerem diferentes tipos de recursos para que possam continuar com seu trabalho durante a crise. Há organizações que estão usando diferentes tipos de plataforma para pedir financiamento para suas organizações. Algumas ONG estão fazendo isso também e outras talvez tenham vontade de fazê-lo, se pudéssemos organizar e coordenar esforços por parte da Aliança Global de Catadores.

“A partir da COVID-19 enfrentamos novos problemas porque agora não temos intermediários aos quais vender-lhes o material. Estamos fazendo estoque dos materiais. Temos pouco dinheiro para sobreviver. O ministério apareceu antes da COVID, logo sumiu. A situação era ruim antes, e agora é pior.”
Aicha Ba, Bokk Diom (Secretária Geral do Comitê das Mulheres, Dacar, Senegal)

O acesso aos resíduos tem se tornado um desafio global como consequência da crise da COVID-19. A indústria da reciclagem está quase fechada. No Bangladesh, por exemplo, a secretária geral do sindicato das pessoas catadoras Morium Begum, uma mãe solteira com três filhos, reportou que durante os últimos quatro meses a autoridade do aterro sanitário não deixa aceder às pessoas para que não possam obter plástico, garrafas, metais, que é o que geralmente juntam. Em vez de ter três refeições por dia, estão tendo uma, estão passando fome. As autoridades do aterro demoliram 300 locais de sucata, a cadeia de reciclagem está colapsando.

Participantes na reunião

“Estamos enfrentando muitos problemas nesta situação. Antes podíamos trabalhar com muitos materiais, mas agora isso não é possível, muitos dos materiais deixaram de ter valor após a crise da COVID-19.
Johnson Doe (Associação Kpone Landfill WP, Acra, Gana).

  • Landon Hoyt. The Binner’s Project (Vancouver, Canadá)
  • Ana de Luco. Sure We Can (New York, USA)
  • Aicha Ba. Bokk Diom (Dakar Senegal)
  • Pris Polly and William. IPI (Jakarta, Indonesia)
  • Morium Begum. Bangladesh Waste Picker Union (with Maksud Grambangla support) (Dhaka, Bangladesh)
  • Alessandro Stillo. Rete ONU (Italia)
  • Samuel Le Coeur. Amelior (Montreuil, Francia)
  • Jacqui Flores y Sergio Sánchez. FACCyR (Buenos Aires, Argentina)
  • Silvio Ruiz Grisales. ARB (Bogota, Colombia).  Red Lacre secretariat
  • Nohra Padilla. ANR (Bogota, Colombia)
  • Alex Cardoso. MNCR (Porto Alegre, Brasil)
  • Soledad Mella. MNRCh (Santiago de Chile, Chile). Red Lacre secretariat
  • Nalini Shekar. Alliance of Indian Waste-pickers (Bengaluru, India)
  • Johnson Doe. Kpone Landfill Organization (Accra, Ghana)