junho 11, 2015
As atualizações que compartilhamos neste boletim são de catadores e aliados. Às vezes postamos diretamente o que indivíduos ou grupos já compartilharam via mídia social, sites ou e-mails; às vezes editamos, organizamos e traduzimos. O objetivo é que as informações dos catadores sejam compartilhadas internacionalmente. Convidamos as organizações de catadores e aliados a continuarem enviando suas notícias. O objetivo é que o compartilhamento de informação seja cada vez mais participativo e inclusivo! Esse processo é apoiado pela organização Mulheres no Trabalho Informal Globalizando e Organizando (WIEGO, sua sigla em inglês).
Se quiser fazer parte do comitê editorial ou aprender como postar suas notícias no GlobalRec.org site, por favor, escreva para info@globalrec.org.
Aos catadores de materiais recicláveis e aliados,
É nosso orgulho compartilhar com vocês a 13ª edição do informativo da Aliança Global de Catadores.
Neste boletim informativo
Ásia
América Latina
África
Europa
Ásia
Os catadores e catadoras de Indore comemoraram o 66º Dia da República da Índia (Índia) por Roy Thomas, Janvikas Society (01/26/2015)
Em 26 de janeiro, os catadores e catadoras que trabalham no aterro de Devguradia, em Indore, na Índia, comemoraram o 66º Dia da República da Índia. Eles se reuniram no aterro às 9h para içar a bandeira nacional. As crianças levaram consigo bexigas e bandeiras do país. Foi uma experiência tocante ver as mãozinhas que coletam materiais recicláveis segurarem as bandeiras, e sorrisos em seus rostos. É importante lembrar que essas crianças não têm o direito básico à educação devido à pobreza. Os catadores e catadoras desempenham um papel essencial na gestão de resíduos sólidos e na manutenção de uma cidade limpa, mas seu trabalho duro e serviço prestado não são reconhecidos pela sociedade e pelo governo. Cerca de 700 toneladas do lixo gerado em Indore são descartadas diariamente. Há cerca de 250 homens e mulheres, junto a cerca de 100 crianças, que trabalham diariamente no aterro, coletando plástico, papel, vidro e metais. Eles vivem suas vidas com o pouco obtido do lixo coletado. Através do sindicato e cooperativa das trabalhadoras não organizadas. A Janvikas trabalha há 14 anos pelo empoderamento dos catadores e catadoras de Indore. Ler o artigo completo.
Catadores e catadoras da Índia exigem a extinção de contratos injustos (Índia) por KKPKP (02/09/2015)
A prefeitura de Pimpri designou 300 catadores e catadoras para a coleta de resíduos de porta em porta por meio de empresas terceirizadas. De acordo com a lei, é obrigatório pagar os salários mínimos definidos pelo governo de Maharashtra. No entanto, por mais de dois anos, os trabalhadores e trabalhadoras continuam sem o salário mínimo ou qualquer outro benefício devido à ausência das condições adequadas na licitação anterior. Eles nem mesmo têm direito ao descanso semanal! Por dois anos, a KKPKP, o sindicato de catadores que já existe há 20 anos, vem exigindo justiça para esses trabalhadores. Após ouvir suas demandas, a prefeitura lançou um novo edital que garantirá aos trabalhadores seus direitos básicos, como salários mínimos, seguro do estado, bônus, férias pagas e equipamentos de proteção. As empresas terceirizadas pagarão comissão de 10% sobre os salários pagos aos trabalhadores por gerenciar o trabalho. As empresas deverão pagar todos os salários diretamente nas contas bancárias dos trabalhadores. Essas normas são o padrão para contratos do governo. A licitação também inclui condições para a inclusão de catadores e catadoras para que haja conformidade com as instruções da seção de Mumbai do Supremo. Contudo, essa mudança rumo à transparência e comissões justas não caiu muito bem com as empresas terceirizadas, que reclamaram da natureza tributária das condições da licitação. Uma rápida olhada nos lucros obtidos pelas empresas nos últimos dois anos revela o motivo exato pelo qual são contra o sistema proposto. Ler o artigo completo.
Bhopura Youth Times: a voz das crianças catadoras (Índia) por Chintan (12/05/2014)
A Chintan tem o prazer de apresentar o Bhopura Youth Times, um informativo criado pelos jovens catadores e catadoras de Bhopura, Tila Mod, Mangal Bazaar Ghazaiabad, uma área que possui uma grande comunidade de catadores. Os jovens falam sobre seu dia-a-dia, problemas, prazeres e comemorações. Um dos objetivos é conectar os jovens uns aos outros, às suas comunidades e aos adultos que consideram como exemplos. O programa No Child in Trash (Nenhuma criança no lixo, tradução livre), da Chintan, começou como um piloto com os jovens catadores de Bhopura (14 a 24 anos de idade) com a intenção de fornecer a eles habilidades profissionais e de vida. Elas recebem treinamento sobre resolução de problemas, raciocínio crítico, comunicação efetiva, tomada de decisões, pensamento criativo, habilidades interpessoais, aumento da percepção de si próprios, empatia, e como lidar com estresse e emoções. A Chintan começou o programa No Child in Trash em 2003 para permitir que as crianças catadoras migrem dos aterros para as escolas. De forma resumida, a Chintan identifica as crianças catadoras (4 a 14 anos de idade) de uma área, organiza aulas, incentiva a presença e então as ajuda a fazer a transição para a educação formal, preparando-as nos aspectos pedagógico, emocional e legal. Para impedir que as crianças já na educação formal abandonem os estudos devido à pressão acadêmica, elas recebem educação complementar em aulas de apoio. Ler o artigo completo.
Proporcionar educação a 100 filhos e filhas de catadores (Índia) por Chintan (03/26/2015)
O projeto tem como objetivo permitir que crianças que vivem nas comunidades de catadores e catadoras sócio e culturalmente marginalizadas na Índia, sob extrema violência e pobreza, atinjam seu potencial completo por meio de acesso e retenção na educação formal. Os centros de aprendizado trabalham para permitir que as comunidades proporcionem educação às suas crianças. Quando as crianças entram nas escolas, o maior desafio passa a ser a retenção – além de garantir que elas não voltem à coleta de materiais recicláveis. Essa proposta terá como alvo 100 dessas crianças. A coleta de lixo é uma ocupação popular em Déli por causa das 8 mil toneladas produzidas por dia. Isso oferece trabalho aos que não possuem instrução, são menores e de baixas condições econômicas (60 mil apenas em Déli). A combinação de grandes quantidades de lixo e pobreza extrema cria as condições ideais para que as crianças voltem a trabalhar. O trabalho como catador tem seu preço, especialmente para as crianças, já que impede que elas estudem e afetam sua saúde. Além disso, elas também ficam vulneráveis a abusos. O programa “No Child in Trash” (Nenhuma criança no lixo, tradução livre), da Chintan, permite a essas crianças saírem dos aterros e irem para as escolas. De forma resumida, a Chintan identifica as crianças catadoras de uma área, realiza aulas preparatórias, incentivas as crianças a participarem delas e, finalmente, ajuda-as a migrarem para a educação formal. A Chintan trabalhará para permitir que 100 crianças (e suas famílias) que vivem nas comunidades de catadores e catadoras sócio e culturalmente marginalizadas na Índia, sob extrema violência e pobreza, atinjam seu potencial completo por meio de acesso e retenção na educação formal, além de gerar apoio da comunidade. Ler o artigo completo.
Grande incêndio em comunidade de catadores: pedido de ajuda (Índia) por Chintan (04/26/2015)
No dia 26 de abril, ocorreu um incêndio de grandes proporções na comunidade de catadores e catadoras em Panchsheel Colony, Bhopura, em Ghaziabad (próximo a Déli, na Índia). Mais de 150 barracos foram destruídos. Felizmente, não houve nenhuma fatalidade. Contudo, 700 catadores e catadoras foram seriamente afetados pelo incêndio e perderam todos os seus pertences. O centro de aprendizado para filhos e filhas de catadores de Chintan, onde mais de 100 crianças dessas comunidades estudam todas as manhãs, não foi afetado pelo incêndio, mas com a enorme perda sofrida pela comunidade, as crianças conseguiram ir às aulas? Toda a equipe do Voice for Waste e os membros da equipe do No Child in Trash, de Chintan, passaram horas avaliando os danos e oferecendo o apoio tão necessário à comunidade. Os membros catadores do Safai Sena, de Bhopura e Takya Kale Khan, também ajudaram com dinheiro para alimentos e outras necessidades. A Chintan pesquisou o número de adultos e crianças afetadas. Eles precisam urgentemente de alimentos, roupas e itens básicos. Para doar, acesse este link.
Workshop Nacional da Aliança de Catadores Indianos, 2015 (Índia) por Alliance of Indian Waste Pickers (AIW) (03/01/2015)
A Aliança de Catadores Indianos (AIW, em inglês) é uma rede nacional de organizações de base que trabalha para organizar os trabalhadores e trabalhadoras informais e garantir acesso aos seus meios de sustento e seguridade social. A organização Stree Mukti Sanghtana realizou o workshop de dois dias em 25 e 26 de fevereiro de 2015, em Mumbai. Organizações de Déli, Bihar, Odisha, Maharashtra, Karnataka, Tamil Nadu, Madhya Pradesh e Andhra Pradesh participaram do workshop. Houve progresso no fornecimento de carteiras de identidade profissional das agências municipais. O número de carteiras de identidade fornecidas em Bangalore atingiu mais de 7 mil trabalhadores e trabalhadoras nos últimos três meses. Houve progresso na inclusão de catadores crianças em um programa de bolsas de estudo do governo (centenas de inscrições foram aceitas). Algumas organizações facilitaram a abertura de milhares de contas bancárias para os catadores, que incluem seguro sob um programa do governo. Os catadores e trabalhadores e trabalhadoras da economia informal também escreveram cartas para o Primeiro Ministro, clamando por inclusão social. Os participantes também visitaram os escritórios da Stree Mukti Sanghtana, onde mini-unidades de metanação e coleta de águas pluviais estão instaladas. Os objetivos para os próximos três anos incluem uma mobilização nacional para inclusão de catadores e catadoras e outros trabalhadores informais no Swaccha Bharat Abhyaan, o programa de limpeza do governo; mobilização para lutar contra as usinas de conversão de lixo em energia por meio de incineração, que foram propostas pelo Conselho do Primeiro Ministro para Mudanças Climáticas; a participação dos catadores e catadoras na conferência de mudanças climáticas da ONU; e a incubação de empreendedores ou ativistas interessados que queiram trabalhar com catadores e na gestão de resíduos sólidos. Ler o artigo completo para obter todas as informações.
América Latina
Discurso em Homenagem ao Dia dos Catadores e Catadoras de 2015, feito por Laura Guanoluisa, Líder da RENAREC (Equador) por Laura Guanoluisa, RENAREC (03/19/2015)
Um companheiro ou companheira é alguém que lhe acompanha, trabalha em conjunto e compartilha a jornada com você nas horas boas e ruins. Aprendi a acompanhar os outros e a ser uma companheira desde que tinha cinco anos, quando acompanhava meu avô na coleta de materiais: eu catava brinquedos e ele, resíduos em aterros de manhã até a noite para colocar comida sobre a mesa. Com os anos, aprendi que é possível vencer a pobreza apenas se os pobres forem unidos e se organizarem, então comecei a reunir vários companheiros e companheiras e criamos nossa organização de catadores e catadoras em 2006. Vários de nós nem sabiam ler e escrever, e éramos vistos como lixo pelas pessoas e instituições; viam-nos como imprestáveis e um problema social, como pessoas que pertenciam à camada mais baixa da sociedade porque tínhamos de revirar lixo para encontrar nossos materiais recicláveis. Foram necessários vários anos para que companheiros de jornada aparecessem – pessoas comprometidas que estenderam a mão e nos ajudaram em nossa organização e a acreditarmos primeiramente em nós mesmos, enxergar a nós mesmos como pessoas de valor, e que podemos realizar coisas, que temos conhecimento. E foi assim que começamos a ver nós mesmos sob uma perspectiva mais confiante e segura e, em 2008, com grande alegria, oito organizações de diferentes cidades do país se juntaram e fundamos a Rede Nacional de Catadores e Catadoras do Equador… Aprendemos que há milhões de nós em todo o mundo e na América Latina com realidades e causas semelhantes (…). Ler o artigo completo (em espanhol). Vídeo do discurso.
Relatório da 2a Reunião Nacional de Catadores e Catadoras, realizada no Uruguai (Uruguai) por UCRUS (04/20/2015)
Nos dias 18 e 19 de abril, e relacionado à luta atual da UCRUS envolvendo às Usinas de Classificação e o Fundo Fiduciário, ocorreu o 2o Encontro Nacional de Catadores e Catadoras, com a participação de mais de 110 desses profissionais. O Encontro também teve a participação de membros da Secretaria de Saúde e Segurança Ocupacional do PIT-CNT (a central sindical nacional do Uruguai) e da Unidade de Estudos de Cooperativas (que pertence à Universidade Pública Nacional, a Universidad de la República). Os primeiros realizaram um workshop sobre a necessidade e o papel dos sindicatos, enquanto os segundos organizaram um workshop sobre políticas públicas relacionadas à gestão de resíduos. Além disso, a Secretaria de Gênero da Convenção tomou a palavra para expressar a importância do papel das catadoras no movimento sindical e falar sobre a questão da igualdade de gênero, e uma associada da UCRUS – Julia Araujo – apresentou um relatório sobre uma viagem recente ao Brasil feita para participar de uma Reunião de Gênero de Catadoras. (…) E além da Declaração do Encontro , outras resoluções foram aprovadas, relacionadas a convenções coletivas, esquemas de vendas de materiais reciclados/classificados, uma Lei de Embalagens/Recipientes, as questões das zonas de exclusão e o confisco de carrinhos de mão e cavalos, assim como o conflito com as Usinas; além disso, um Diretório Nacional provisório foi criado com a tarefa de sistematizar um Plano de Luta para fazer avançar os princípios obtidos dos produtivos debates do Encontro. A Declaração Final do Encontro será enviada a diversos Ministros, à Prefeitura e a outros órgãos relevants. Ler o artigo completo.
Catadores e Catadoras Acorrentam-se e Fazem Greve de Fome em Buenos Aires (Argentina) por FACYR (03/03/2015)
Não tendo recebido uma resposta do Ministério do Meio Ambiente e Espaços Públicos, chefiado por Edgardo Cenzón, e após uma enorme mobilização da Federação Argentina de Catadores e Catadoras (FACYR, em espanhol), Sergio Sánchez – presidente da Federação e amigo do Papa Francisco – decidiu se acorrentar, juntamente a outros cinco presidentes de diversas cooperativas que compõem a Federação de Catadores e Catadoras, à porta da frente do Ministério (endereço: Roque Saenz Peña 570). Eles decidiram fazer greve de fome até que o ministro concorde em sentar-se com os catadores e catadoras para conversas. O objetivo dessa medida extrema é defender o sistema de coleta de materiais recicláveis com inclusão social. Ler sobre a grande mobilização da FACYR.
Primeiro Treinamento Popular de Catadores e Portadores de Carrinhos de Mão de Toda a Argentina (Argentina) por FACYR/CTEP (02/02/2015)
De 23 de janeiro a 1 de fevereiro de 2015, a Federação Argentina de Catadores e Catadoras (FACyR – CTEP, em espanhol) realizou seu Primeiro Treinamento Popular de catadores e portadores de carrinhos de mão de todo o país. O Treinamento ocorreu na Escola Nacional de Organização Comunitária e Economia Popular (ENOCEP, em espanhol), localizada em San Martín de los Andes, na província de Neuquén. O curso inicial teve a participação de 22 delegados de mais de dez das 40 Cooperativas e Associações argentinas que fazem parte da FACyR. Ler o artigo completo (em espanhol).
Rumo à Aplicação da Decisão Judicial 275/2011 (Colômbia) por ARB/WIEGO (02/05/2015)
Da série de vídeos “Crônicas de uma Luta pela Inclusão”, que fala das batalhas dos catadores e catadoras da Colômbia, chega “Rumo à Aplicação da Decisão Judicial 275, de 2011”. Este vídeo é uma produção da Associação de Catadores e Catadoras de Bogotá (ARB, em espanhol), em parceria com a Women in Informal Employment: Globalizing and Organizing (WIEGO). Assistir o vídeo.
1º de março de 2015: Dia Internacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (Colômbia) por Asociación de Recicladores de Bogotá (ARB) (03/01/2015)
Por que estamos marchando, e não comemorando? Porque não comemoramos a morte, e as mortes de tantos catadores e catadoras nas mãos de criminosos – seja por acidentes em aterros ou nas ruas – não podem ser sacrifícios em vão! Os catadores e catadoras colombianos, juntamente aos catadores de todo o mundo, trabalharam duro por décadas em uma profissão que oferece um enorme serviço à humanidade como um todo e ao meio ambiente, mas continuamos não sendo reconhecidos pela sociedade e seus líderes. Somos tratados de maneira injusta, apesar de diversas declarações que exigem o reconhecimento da existência de milhões de catadores, que recolhem milhões de materiais recicláveis, que são parte de uma cadeia de valor que produz empregos e permite que 20 milhões de catadores e catadoras em todo o mundo coloquem comida em suas mesas todos os dias, ajudando suas famílias. Esse meio de subsistência continua sendo perseguido pelas autoridades e suplantado por grandes empresas privadas. Os catadores têm o direito de manter seu meio de subsistência, ser parte da cadeia de valor e receber pagamento justo como parte dos sistemas municipais de gestão de lixo. O reconhecimento não vem com petições, mas sim com mobilizações nas ruas, e quando a comunidade mostra solidariedade com os catadores. É a partir das ruas que os catadores se organizam, e não em auditórios aos quais o público – também afetado pelas políticas de gestão de lixo, sem saber que tem uma responsabilidade presente e futura sobre isso – não pode ir. Ler o artigo completo.
Catadoras e catadores participam de encontro de gêneros em Belo Horizonte (Brasil) por GlobalRec
No último dia 9 de abril, aconteceu na Casa de Retiros São José – bairro Dom Joaquim, o encontro com o tema “Discutindo a autonomia das mulheres e transformando as relações com os homens”. A iniciativa é uma parceria do Mulheres no Emprego Informal: Globalizando e Organizando (WIEGO), do Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (INSEA), do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPEM/UFMG). Participaram do evento, além de catadoras e catadores de Minas Gerais e de outros estados brasileiros, representantes de outras nações envolvidos com o tema. A catadora e representante do MNCR, Madalena Duarte, falou da importância de se discutir a questão do gênero dentro das associações, levando em consideração que as mulheres são maioria dentro das associações e cooperativas. A professora e representante do NEPEM/UFMG, Marlise Matos, falou sobre as diferenças entre homens e mulheres, das relações de poder e da importância do empoderamento feminino. Durante o encontro foram expostos os resultados de um trabalho que já vem sendo feito com grupos de catadoras das diferentes bases em Minas Gerais. A representante do INSEA, Angela Oliveira, apresentou os resultados das oficinas e as histórias contadas durante os encontros, reforçando a visão das catadoras em relação à autonomia no trabalho e na vida pessoal. Ler o artigo completo. Para ler apresentações adicionais sobre o projeto, veja Projeto repensando as relações de gênero na cataçao, Gênero e Empoderamento das Mulheres, Metodologia e Descrição das Atividades, O que aprendemos sobre o projeto, Mulheres Catadoras, Guía Acadêmico/Técnico Social.
Catadoras do MNCR discutem questão de gênero para fortalecer a luta (Brasil) por MNCR (03/27/2015)
A Comissão Nacional do MNCR promoveu no dia 27 de março, na cidade de São Paulo, reunião para debater questão de gênero e fortalecimento do MNCR. Na ocasião estiveram presentes as catadoras representantes da Comissão Nacional e catadoras da Secretaria Estadual de Mulheres do Estado de São Paulo. “Nós como representantes da Nacional convocamos as mulheres do Estado de São Paulo para discutir a alteração da cor da bandeira e dos símbolos de nossa luta… Nós mulheres, uma respeitou a outra e conseguimos debater os temas. “A reunião foi muito boa, muito construtiva, nós conseguimos realmente falar a mesma língua. Esperamos daqui pra frente dar muitos frutos de união, porque é esse o foco do Movimento, se unir e não se espalhar. Estamos com uma expectativa muito boa de continuidade para o crescimento”, avaliou Claudete da Silva, representante do MNCR no Estado do Rio de Janeiro. Ao longo dos anos o MNCR vem aprofundando a questão de igualdade de gênero dentro do MNCR, haja visto que 70% da categoria organizada é formada por mulheres, no entanto o movimento trabalha para que as catadoras ocupem mais efetivamente as instâncias de representação e decisão da categoria. Segundo Valquíria Pereira de Barros, “Percebemos que a demanda é a mesma nossa e vamos levar esse debate para a Nacional, onde é a instância máxima do MNCR, para discutir em igualdade, tanto homens como mulheres. O objetivo é fortalecer o movimento localmente quanto as demandas de políticas públicas e inserir a questão da qualidade de vida das catadoras”, explica Valquíria.
FSM: Catadores se juntam a luta dos povos por paz e direitos (Brasil) por Alex Cardoso, MNCR (04/10/2015)
Mesmo após um atentado a bomba no Museu de Bardo, em Tunis, capital da Tunísia, a organização do Fórum Social Mundial – FSM, resolveu manter o evento, que é realizado pela segunda vez no país, realizando uma marcha de abertura em protesto contra o atentado terrorista em uma luta internacional pela “paz” e pela direito a vida. A marcha teve o Inicio no dia 24/03, com concentração na Praça do Plaza em direção ao Museu do Bardo, numa tarde com muitas chuvas, que acabou alagando a cidade. Mesmo assim, os povos do mundo se reuniram para protestar pelos Direitos e pela Dignidade Humana. A marcha contou com a participação de 50 mil, vindas de 130 países, muitas das quais permaneceram até a noite em frente ao museu fazendo diversas manifestações, utilizando as palavras de ordem, batucadas e muitos ritmos de danças tradicionais de todo o planeta, mostrando a força social dos Movimentos Sociais Organizados, as grandes diferenças culturais, mas acima de tudo a luta por direitos e dignidade. Três delegados do MNCR foram enviados para participar do Fórum Social Mundial, realizado em Tunísia, em sua capital Tunes, acontecendo no Campus da Universidade Farhat Hached El Manar, sobre o tema Direitos Dignidade. A delegação participou até o momento das agendas: Água – Planeta – Povo – o debate principal é sobre a mal gestão das águas, principalmente das chuvas, que são pensadas a deixarem as cidade. Ler o artigo completo.
Mais uma morte no lixão da Estrutural, no Distrito Federal (Brasil) por MNCR (04/02/2015)
O lixão da cidade Estrutural, em Brasília, foi cenário de mais uma tragédia no dia 02 de abril. Mais uma trabalhadora foi esmagada por um trator esteira que aterra o lixo no local e morreu na hora. Vanderlina da Silva Lopes, era uma das mais antigas catadoras desse que é o maior lixão da América Latina localizado a pouco minutos do Congresso Nacional e Palácio do Planalto. O lixão ficou bloqueado pelos trabalhadores em sinal de luta até a próxima segunda-feira. Militantes do MNCR estiveram presentes no local e relataram clima de tristeza e revolta após os sequentes episódios de acidentes no lixão que é responsabilidade do Governo Distrital. Apenas em 2014 foram registradas 4 mortes no lixão da Estrutural em fatalidades semelhantes de esmagamento pelas máquinas. O Governo Distrital tem descumprido os acordos de investimento para fechamento adequado do local e trabalha, juntamento com Prefeitos de todo o Brasil, para adiamento do prazo legal de fechamento dos lixões. Na cidade de Moro Agudo, no interior de São Paulo, acidente semelhante vitimou a catadora Marolina, que fazia coleta seletiva porta a porta e foi atropelada pela carreta puxada por um trator que fazia a coleta. Outro carroceiro foi vítima de assassinato em Salvador, Bahia. Ler o artigo completo.
Longe de comemorar, 1° de março é dia de lutar! (Brasil) por Alex Cardoso, MNCR (03/01/2015)
No ano de 1992, 10 catadores foram assassinados em Barranquilla, cidade colombiana, por professores e alunos que queriam estudar seus corpos. A brutalidade ocorreu pelo motivo dos catadores, em maioria serem indigentes, que foram atraídos até a universidade, em troca de solidariedade. Muitos catadores são brutalmente assassinados diariamente em nosso planeta, muitos destes em função do trabalho insalubre, das grandes jornadas de trabalho, da extrema exploração, pelo grande preconceito que ainda insiste em assolar nosso trabalho. Aqui no Brasil, do ano de 2007 até agora, morreram 10 catadores nos lixões do nosso País, uma verdadeira prova do desleixo brotado dentro das prefeituras e secretarias de muitas cidades brasileiras. Por isso longe ainda de ser festa ou motivo de comemoração, seguimos em luta e este dia serve, como memória de que o caminho até a vitória ainda se encontra utópico, porém com nossa força e militância, conquistaremos nossos direitos, tanto pela vida quanto pelo reconhecimento e valorização. Enquanto que em Bogotá, na Colômbia, milhares de catadores estarão em marcha pelas ruas da cidade, lutando pelos seus direitos e trazendo a memória da sociedade, os brutais atos acontecido em 1992. Longe de comemorar, 1° de março é dia de LUTAR! Ler o artigo completo.
Filhos de Catadores de Minas Gerais recebem capacitação em cinema (Brasil) por MNCR (02/03/2015)
Os alunos do Recicla Filmes, projeto criado pela Rede Cataunidos, participaram e demonstraram todo o interesse em aprender as técnicas da sétima arte – cinema. Os jovens, filhos e netos de catadores de materiais recicláveis, tiveram a aula inaugural do curso no Centro Cultural Lugar de Cinema e já esperam pela próxima aula. Os alunos receberam as visitas do diretor e roteirista uruguaio Pablo Stoll (Cannes, dentre outros) e da designer de produção de Hollywood, Jeannine Oppewa (quatro vezes indicada ao Oscar). Buscando criar caminhos e alternativas de oportunidades para inserção dos jovens filhos de catadores, a Rede Cataunidos, formada por 34 associações de catadores de Belo Horizonte, Região Metropolitana, Estrada Real e Centro-Oeste, criou o “Projeto Recicla Filmes”. A iniciativa visa capacitar 45 jovens selecionados para participação no projeto. Serão 250 horas de aulas prática e teórica, resultando na produção de 08 curtas-metragens sobre o tema de resíduos sólidos urbanos e o trabalho realizado pelos catadores. O projeto Recicla Filmes conta com a parceria do Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (Insea), o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), a Associação Nacional dos Catadores (ANCAT) e o Centro Cultural Lugar de Cinema. Leia o comunicado.
África
Um estudo sobre os catadores e catadoras de Dar es Salaam, na Tanzânia (Tanzânia) por Joshua Palfreman (05/13/2015)
A reciclagem de materiais recicláveis em Dar es Salaam, na Tanzânia, não é encabeçada por nenhuma iniciativa pública, privada ou da sociedade civil, mas sim pelos esforços de um exército informal de catadoras e catadores microempresário(a)s e auto-empregado(a)s. Se compreendido e mapeado de maneira suficiente, esse recurso humano significativo pode ser essencial para a limpeza da capital da Tanzânia; contudo, não há pesquisas anteriores cobrindo esse setor invisível da sociedade. Entrevistas individuais e discussões de grupos focais estão sendo realizadas com 50 catadores e catadoras de Dar es Salaam. Um total de 15 postos informais de transferência de reciclagem e um aterro oficial gerido pelo governo foram mapeados em toda a cidade, que respectivamente dão suporte às operações de cerca de 1237 catadores e catadoras. Descobriu-se que os catadores e catadoras têm uma capacidade de coleta de até 20 quilogramas por dia e um potencial de renda de USD 108 por mês, com base nos índices de mercado para os materiais recicláveis mais comercializados. Ler o artigo completo.
A luta pelo união: catadoras na África do Sul (África do Sul) por Nandi Vanqa-Mgijima, International Labour Research & Information Group (ILRIG) (10/01/2014)
Vários adultos e crianças das comunidades de trabalhadores ganham a vida como catadores e catadoras. A falta de emprego, educação e a pobreza crônica – associados ao neoliberalismo – forçaram várias mulheres a trabalhar como catadoras. Agora há uma iniciativa em andamento pelas catadoras da Cidade do Cabo, na África do Sul, para que se organizem para lutar pelo reconhecimento e melhores condições de trabalho. Nos últimos 16 anos, Sis Mpumi, uma catadora, vem tentando organizar outras catadoras (…) Elas formaram um grupo chamado Siyacoca, ou “estamos limpando”, que vem crescendo aos poucos. Elas vêm participando em sessões de educação política cujo objetivo é fortalecer a liderança das mulheres, analisando as restrições impostas sobre elas pelo governo e pelas empresas, e explorando maneiras de se organizar. Ler o artigo completo.
Construção de unidade de reciclagem interrompida por disputas dentro do governo (África do Sul) por Musa Chamane (GroundWORK, Friends of the Earth) (03/11/2015)
Após esperar 3 anos pela construção de uma unidade de reciclagem no aterro de New England Road, em Pietermaritzburg, em KwaZulu Natal, cerca de 500 catadores e catadoras foram às ruas em dezembro de 2014. A marcha teve como destino o Departamento de Governança Cooperativa e Assuntos Tradicionais (CoGTA, em inglês), da Província, que negligenciou o seu dever de supervisionar as municipalidades local e distrital de Pietermaritzburg. O financiamento de R21 milhões do CoGTA, com a Cooperativa de Catadores e Catadoras Hlanganani ma-Afrika como único beneficiário da unidade de reciclagem, foi acordado entre todos os envolvidos. A municipalidade de Msunduzi alocou um terreno próximo ao aterro para a construção. Contudo, com base no que ouvimos, desacordos entre a municipalidade e distrito interromperam o projeto. Causa surpresa dizer que eles não implementariam o projeto quando os fundos já foram alocados. Não faz sentido algum e nos leva a perguntar onde está esse dinheiro. Ter uma unidade de reciclagem no aterro significaria que os recicláveis seriam retirados do aterro, criando melhores condições de trabalho e maiores rendas para os catadores e catadoras. A expansão dos associados da cooperativa é um objetivo futuro para que nenhum catador fique no aterro, mas sim na unidade de reciclagem. Acidentes ocorridos no aterro têm chegado aos noticiários nos últimos três meses após a morte de um catador que foi atropelado por uma compactadora, e outro que mutilado. Uma unidade de reciclagem impediria tais incidentes, já que causaria a formalização do trabalho dos catadores e catadoras. Esses acidentes vêm ganhando destaque na mídia, mas nenhum dos políticos ou funcionários públicos em cargos de chefia está assumindo a responsabilidade… Recentemente descobrimos que a Municipalidade de Msunduzi está considerando a incineração de lixo como fonte de energia, o que concorreria com os projetos de reciclagem de resíduos. Ler o artigo completo.
Europa
Feira Social de Primavera em La Noue, em Bagnolet (França) por Asso Amelior (04/16/2015)
A Amelior tem o orgulho de convidá-la(o) para a primeira Feira Social desta primavera (hemisfério norte), no sábado, dia 18 de abril de 2015, das 8h às 18h, em La Noue, em Bagnolet. Em conjunto com o Centro Social Guy Tofoletti, que vem apoiando a comunidade há 30 anos, estamos convidando diversas associações dedicadas à reciclagem de recuperação e à solidariedade para apresentar suas atividades ao público e compartilhar um dia inteiro de reunião amigável. Em especial, os Biffins da associação AMELIOR exibirão seus itens de segunda mão, transformando toda a comunidade em uma grande feira. De acordo com os experimentos e medidas anteriores implantadas nos 18o e 14o distritos, além de Montreuil, e que, desde 2009, foram projetadas para promover a inclusão de catadores e catadoras através da organização de feiras sociais, a cidade de Bagnolet permite que os Biffins associados à AMELIOR que acessem e revitalizem os espaços públicos. Em junho de 2014, a associação participou do Festival La Noue Street, no qual os Biffins puderam ter um estande e viram o importante papel desempenhado pela rede de associações e iniciativas locais na revitalização desse espaço fechado e de população densa e relativamente jovem. Ler o artigo completo em francês.
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